A track de Zakes Bantwini e Kasango que estourou nos charts de Afro House em 2021 ganha uma nova roupagem nas mãos do produtor carioca

Sem sombra de dúvidas, hoje, na cena brasileira, o Afro House tem vivido um de seus melhores momentos da história. O estilo, apesar de conviver com o suporte de uma base de fãs ávida e ativa nos eventos, sempre foi bastante nichada e raramente ocupava as primeiras posições nas paradas.

Hoje, porém, os produtores do gênero mundo afora, apesar de manterem muito bem definida sua essência e raízes, estão constantemente sob os holofotes e com um pé no mainstream. Prova disso foi a participação recente da crew alemã Keinemusik e do produtor sul-africano Black Coffee no último álbum de Drake com as tracks Falling Back e A Keeper e Overdrive e Currents, respectivamente.

Falando das façanhas conquistadas por brasileiros, em especial, na última semana o carioca Maz alcançou o top #1 no chart de Afro House no Beatport com o seu remix para Luedji Luna em Banhos de Folhas, que rodou o mundo no último mês e virou a sensação deste verão europeu.

Seguindo essa tendência, o também carioca TALBOT, após um período imersivo de estudos de produção musical, iniciou seu projeto solo após mais de 8 anos de pistas dedicados a outros gêneros, procurando explorar ritmos que lhe agradam mais sonoramente.

Foi a partir disso que surgiu o remix para “Osama”. Buscando imprimir uma linha mais percussiva, a track foi uma das que embalaram o período em que o DJ e produtor estava começando a se aventurar na produção musical:

– Passei um tempo em São Miguel dos Milagres e lá ouvimos essa música várias e várias vezes. Ela, de alguma forma, me marcou. Não à toa a versão possui “Midnight Miracle Remix” no nome. Como essa época coincidiu com o momento que eu estava entrando mais firme no

ritmo de produção, decidi que assim que eu voltasse para o Rio de Janeiro iria buscar fazer uma versão minha dela – comentou o artista

Em relação ao processo criativo, TALBOT idealizou tudo com muito cuidado, calma e personalidade para chegar, de fato, a um resultado final que lhe agradasse:

– Eu comecei o projeto pela percussão. Em um primeiro momento, ia trabalhar com ela em uma track autoral. Do nada, deu um estalo em mim e decidi testar ela em cima do vocal da “Osama” e percebi que também combinava muito. Optei por prosseguir com a ideia encaixando com outros timbres e elementos que acreditei que poderiam preencher mais em comparação com a original, deixando-a mais dançante. Apesar de a ideia inicial ter sido feita de forma mais rápida, acabei demorando quase um mês para alcançar esse preenchimento que eu gostaria – concluiu TALBOT

O DJ e produtor carioca decidiu lançá-la com calma, sem meter os “pés pelas mãos” e, dessa forma, alcançar os suportes que sempre tanto almejou de forma orgânica. E parece que essa estratégia vem dando certo, uma vez que uma das grandes referências do estilo, Pablo Fierro, inclusive já fez o download da track:

– Achei irado demais o Pablo Fierro ter baixado o som, ainda mais sendo um dos primeiros caras de Afro House que comecei a acompanhar lá atrás. Não esperava que um cara com o peso dele baixasse o meu remix de forma tão rápida. Ele baixou a track cinco dias depois que postei. Acredito que seja um sinal de que estou no caminho certo. O meu principal objetivo é alcançar ainda mais produtores que são minhas referências daqui por diante – completou o artista

Falando mais especificamente do gênero em si, TALBOT contou que crê veemente na expansão do gênero:

– A cena brasileira é muito boa em reproduzir o que vem dando certo na gringa. E não falo isso de uma forma pejorativa. A gente realmente se adapta bem a novos estilos de som. Penso que o que aconteceu com o Tech House Progressivo, pode vir a acontecer com sons com a pegada mais afro e que possuem a influência do que vem rolando na Europa, da mesma forma que ocorreu com o Techno Melódico, por exemplo – concluiu

O remix de TALBOT para “Osama”, de Zakes Bantwini e Kasango, já está no ar no Soundcloud. Para ouvir e baixá-la, basta clicar no link abaixo:

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