Hoje, o artista movimenta a Noise e NAV’Sound em seu país de estadia, Portugal
Grooves densos de Techno, Industrial e timbres do Acid é o que define a identidade sonora do habilidoso Madson Carpenter. Esse DJ e produtor nacional vive em Lisboa há 5 anos e já é consolidado no cenário europeu como DJ; discotecou em múltiplos países, como Espanha, Alemanha e Holanda e mantém hoje uma agenda sempre ativa.
Além disso, o artista é fundador e gerente de duas label parties, Noise e NAV’Sound, promovendo festas pela cidade nos mais diversos formatos — desde que sejam musicalmente vorazes, é claro. Batemos um papo bem interessante com Madson para saber um pouco mais sobre seus projetos e essa dupla profissão. Confira!
https://soundcloud.com/likethatunderground/free-download-madson-carpenter-run-original-mix
Olá Madson, tudo bem? Sua trajetória como integrante dessa cultura que chamamos de underground é intrigante. Sentiu muita dificuldade de criar seu próprio movimento em outro país?
Madson: Olá pessoal do Comfort Club, Obrigado pelo espaço. Sim, foi muito difícil para mim na primeira fase (não que agora seja fácil, risos) mas, entrar e entender a cena local, fazer contatos, amigos… tudo isso leva tempo. Esse tempo foi um grande aprendizado para mim, ainda é, mas hoje vejo que a cena / comunidade está mais aberta. Com o tempo tudo fluiu e é claro que com ajuda de amigos e colegas da cena, consegui criar algo novo.
Afinal, por que Lisboa? Como você enxerga a cena hard da cidade atualmente?
Madson: Garanto que não foi pelo Hard (risos). Eu tive diversas razões para ir à Lisboa, mas o que me fez ficar aqui até agora, é a vida local. Lisboa é uma cidade linda, cheia de pessoas interessantes, uma cidade versátil que podes encontrar de tudo, e se não encontrou o que queria, você pode criar. O Hard em Lisboa não é o mais forte, mas sim tem ganhado cada vez mais espaço e destaque.
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O que você mais aprende como headlabel que pode conectar diretamente ao seu desenvolvimento como DJ e produtor?
Madson: Acredito que seja o desenvolvimento sonoro do evento. Quando você está montando um line-up, precisa analisar os DJs e os horários com muita precisão. Nos meus eventos gosto de desenvolver bem a pista, isso me deu uma nova noção no meu DJing, e com certeza presto muita mais atenção na hora de escolher as tracks.
E os desafios do dia-a-dia? Precisa ter uma rotina regrada para ter tudo em dia tanto na label, quanto no estúdio?
Madson: Precisa sim, eu neste momento não estou tendo muito. Quando se é headlabel, e está organizando muita coisa grande ao mesmo tempo, o tempo se limita e a mente se esgota. É preciso encontrar um meio termo para tudo, porém essa fase para mim foi um pouco difícil, a Noise está chegando no seu primeiro ano, e com tempo aumentaremos nossa equipe e poderei ter mais tempo para focar na produção e regrar meus dias.
Conte-nos mais sobre os planos futuros de ampliar o escopo da sua label para lançamentos musicais. Já está fazendo curadoria de talentos?
Madson: Já sim! Inclusive temos o primeiro VA da Noise já para Setembro. Sempre foi objetivo a Noise passar a ser também uma gravadora com lançamentos de VA / EP e também os podcasts, que já começaram a sair no último mês. A Noise aposta sempre em novos talentos, e nosso primeiro VA está sendo dividido em 2 partes, a primeira que conta com 4 tracks é focada no Mental, e tem artistas como Raver’s Diary e Raw Ideology, a segunda parte é focada no Hard/Industrial mas ainda não posso revelar o nome dos artistas.
Você frequenta muitos eventos em Portugal para tirar de estudo para os seus próprios? O que vê como tendência?
Madson: Atualmente não mais, meu tempo se limitou e ficou difícil sair com tanta frequência, mas sempre que consigo, saio para dançar nos clubs e eventos que gosto.
Os estudos ou pesquisas normalmente gosto de fazer fora de Portugal, estive no Brasil duas vezes esse ano e estou trazendo muita referência nacional para implementar em Lisboa. Portugal é versátil dentro do Techno/eletrônico, então é difícil ver uma tendência, já que tem espaço para tudo.
Entre as festas que você produz, há tanto eventos em clubs como em barcos. Como você comunica essas abordagens para o aparentemente “trevoso” público do Hard?
Madson: Haha ta ai uma difícil. Foi muito complicado fazer essa comunicação, principalmente porque eu não gosto de dizer “Techno party” nos cartazes ou na comunicação, às vezes é preciso usar algumas tags, mas o visual é muito importante para a label e também para o lançamento dos eventos, portanto eu prefiro apostar nas paletas de cores mais escuras ou mais chamativos usando imagens que representam algum medo, de uma forma distorcida e com algumas cores. Nesse tipo de comunicação você tem que dizer algo, sem de fato dizer.
https://soundcloud.com/livingtechno/lt_20-madson-carpenter
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