Um dos pioneiros da música eletrônica no Brasil, Loop B, que une a linguagem digital à percussão em sucata, faz um apanhado de sua carreira, mostra inéditas e comemora, no palco, seus 60 anos de vida

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O show que tem projeções do VJ Teo Ponciano criando um cenário em tempo real, será gravado para se transformar num DVD a ser lançado em 2015 

 

O compositor, produtor de eletrônica e percussionista paulistano Loop B faz 60 anos e quem ganha o presente é o público: um novo show, intitulado Loop B 6.0, no qual ele faz um apanhado da carreira, além de mostrar músicas inéditas. A apresentação também traz o uso de novos objetos que, como é marca no trabalho do artista, ganham outra ‘utilidade’ no palco. Por exemplo, uma estante de vidro se torna uma grande marimba e uma churrasqueira contribui com timbres de percussão metálica. Além disso, teremos os já conhecidos ‘instrumentos’, como o tanque de gasolina tocado com furadeira; a tampa da máquina de lavar, tocada com os pés e o super-cone, objeto usado para sinalização em estradas mas que, no esquema do músico,  vira um surdo super-grave.

Loop B, que faz música eletrônica inspirada em ritmos brasileiros, aproveita para reunir artistas e parceiros dessa trajetória. O violeiro e compositor paraibano Pedro Osmar (integrante do histórico grupo Jaguaribe Carne, do qual fez parte Chico César), com quem Loop gravou o CD Farinha Digital (2008), que integra a viola nordestina à música eletrônica. A cantora e percussionista Isla, com a qual o músico mostra seu lado mais experimental: ambos improvisam com a percussão enquanto ela também ‘brinca’ com a voz.

O show marca também o começo de uma parceria artística de Loop B com sua companheira, a poeta Ana Cristina Martins. Enquanto Ana lê seus poemas, o músico improvisa, criando ao vivo uma base sonora para interagir com o que está sendo dito. Participam ainda a cantora Gigi Trujillo, em Passa Por Aqui, parceria dela com Loop, gravada no CD dele A Música Toca (2010) e o percussionista e VJ Teo Ponciano.

 

Loop B é o nome artístico de Lourenço Prado Brasil. Compositor, músico e produtor, desde os anos 70 atua na fronteira da música contemporânea  com  o experimentalismo pop. Toca teclados e percussão, utilizando objetos de sucata. Em sua discografia constam os álbuns Midnight Mirage (1992), Spray (1997), De Onde(2000), A Música Toca (2003), que tem participação de Chico César, Rebeca Matta e Moisés Santana, Quixotes do Amanhã (2006) e outros. Tem seu trabalho lançado em CD e DVD pelo Itaú Cultural na coleção Rumos Música 2005. É autor de trilhas sonoras para teatro e dança. Ministra oficinas de música digital e percussão em sucata. Foi curador de eventos de música eletrônica nos Sescs e Centro Cultural Banco do Brasil, de São Paulo. É diretor da Cooperativa de Música de S. Paulo.

No repertório do show, músicas próprias como Samba da FuradeiraBaião de Drum e Rua das Flores, além de Farinha Digital e Nega Dida (parcerias com Pedro Osmar) e Passa Por Aqui (com Gigi Trujillo).

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