Pela ACR Records, selo liderado por ela, “Ruínas” traz duas faixas de techno e uma experimental

Nascer, renascer, desconstruir, aceitar, desapegar e construir sonhos.” É com essas palavras que Amanda Chang apresenta “Ruínas”, o primeiro EP de seu mais novo projeto de live acts com sintetizadores modulares, Chang Rodrigues. Com três faixas originais, o disco foi lançado nesta quarta-feira (28), pela ACR Records — gravadora recém-inaugurada pela artista. Ouça aqui.

Todas as músicas são oriundas do Live Ruínas”, que foi apresentado pela FACT Mag em 2021, revelando o conceito de Chang Rodrigues para o mundo — um ano antes de sua estreia oficial, realizada no último dia 02, no Rock in Rio. As duas primeiras, “Conversation” e “Reconstruct”, correspondem a diferentes facetas de techno de Amanda, tendo em comum um ritmo dançante intenso e synths ácidos e arpejados.

“‘Conversation’ é a mais fiel do ‘Live Ruínas’. Usei o Moog Mother 32 e Moog DFAM nos baixos e na Digitakt, com samples de bateria e pads. Na produção, acrescentei alguns elementos percussivos e fiz ajustes de modulação no bass. ‘Reconstruct’ foi uma reconstrução. No live, ela está em 140 BPM, mas aqui abaixei para 130 BPM. Ficou com mais groove. Incluí vários elementos de efeitos e baterias, mas o baixo e o drone do modular do live prevalecem por toda a faixa, assim como a sequência do Minibrute 2s. Testei algumas vezes essa track na pista e foi bem massa!”, conta.

Já “Intuition” é uma viagem experimental de três minutos e 37 segundos em que a produtora editou as três peças eletroacústicas que criou ao vivo naquela apresentação, a partir de sua intuição, como o nome sugere. As tracks do EP foram reconstruídas em estúdio, com mix, master e edição divididas entre ela e os produtores Pablo Gil (do estúdio argentino La Siesta del Fauno) e Morf (Brasil).

“Os sentimentos que a ruína despertou em mim foram muito similares ao processo de criação e produção desse EP. Nasci, desconstruí, desapeguei, aceitei e tô construindo muitos sonhos”, conclui Amanda — que tem mais dois lançamentos importantes programados para outubro: um trecho dos primeiros 18 minutos de seu live no Rock in Rio, que a partir do dia 06 ficará disponível nas principais plataformas digitais; e um ensaio de uma hora em estúdio para o mesmo show, previsto para sair no dia 12.

Chang Rodrigues no Rock in Rio. Foto: Divulgação

ACR Records

“Ruínas” também marca o primeiro episódio do selo ACR Records, expansão do projeto Chang Rodrigues criado para, neste primeiro momento, difundir sua própria música, explorando a polaridade entre o masculino e o feminino.

“A ideia inicial era lançar esse EP e expandir o conceito Chang Rodrigues. Estou muito feliz em ter dado esse passo. Gosto de passar por todos os processos e de dar conta de tudo — criação, produção, financeiro, marketing, empresarial… Mas uma hora, essas funções serão delegadas para as pessoas certas”, explica, destacando que a label irá abraçar outros artistas.

“Penso em nomes que têm um conceito, profundidade, que se expressam através da música com sua verdade e essência, tanto no techno quanto no experimental”, conclui.

Sobre Chang Rodrigues

Reverberando sua visão da música eletrônica para o Brasil e o mundo há mais de uma década, o status quo de Amanda Chang demonstra um pico de maturidade artística e clareza. Após várias temporadas de pesquisa de síntese sonora no La Siesta de Fauno Estudio, em Buenos Aires, a DJ carioca baseada em Juiz de Fora/MG criou o projeto de live acts Chang Rodrigues, lançado ao mundo pela FACT Mag, em 2021, e apresentado ao vivo pela primeira vez no ano seguinte, no Rock in Rio.

Com abordagem neutra em relação a gênero, e juntando o sobrenome chinês herdado da mãe com o brasileiro, do pai, Chang Rodrigues é o resultado não só de anos de estudo e aprendizado, mas também de autodescoberta. Os sintetizadores modulares significam para a artista a possibilidade de criar seus próprios sons, e assim, traduzir seus sentimentos em arte da maneira mais crua, visceral, orgânica e sincera possível.

“Foi importante ser despertada para a sensibilidade do tato na síntese de um som, me expressando livremente. Sinto que passei por muitos ciclos ao longo da minha jornada musical, e até que o universo me permita estar viva, quero explorar e descobrir continuamente o mundo da música”, afirma.

Inquieta e destemida, nos últimos anos Amanda ampliou consistentemente seus objetivos no cenário da música eletrônica e, ao mesmo tempo, participa de trabalhos didáticos e processos criativos interagindo com seus fãs via livestreams, através da plataforma Echio. Com um repertório diversificado e contemporâneo, sua música conecta diversas facetas sonoras, do techno ao experimental. Tal singularidade fica evidente em lançamentos como o primeiro EP, “Ruínas”.

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