Um encontro de grandes forças está prestes a voltar a acontecer. Na próxima edição da Tantša, em 21 de setembro, Richie Hawtin vem como a grande atração e, logo após o seu set, quem assume é Eli Iwasa — um dos maiores nomes da cena eletrônica brasileira.

A relação entre Hawtin e Iwasa é antiga, com caminhos cruzados algumas vezes ao longo de diferentes épocas. Lenda viva, o DJ britânico-canadense se consolidou nos anos 90 a partir da chamada segunda onda do techno, tornando-se referência global ao lado de nomes como Carl Craig, Jeff Mills e Robert Hood.

Na virada do milênio, enquanto Eli dava os seus primeiros passos como profissional, Richie Hawtin já era uma grande referência

“Toquei uma infinidade de tracks dele. Tenho vários discos da M_nus e Plus 8 em vinil. Vi o Rich tocar muitas vezes, desde a tour do álbum ‘Decks, EFX & 909’ em Londres, a sua primeira vez no Brasil, no Skol Beats… Até ele tocar na minha noite no Lov.e Club“, relata a artista.

A referida noite no histórico clube paulistano Lov.e era a Technova, primeiro grande trabalho de destaque de Eli Iwasa, que atuava como promoter, ainda antes de se tornar DJ. Entre 1999 e 2006, a label se estabeleceu como uma das mais importantes noites de house e techno do país.

Eleita por dois anos como “Melhor noite fixa”, na coluna de Erika Palomino na Folha de S.Paulo, trouxe nomes como Ricardo Villalobos, Laurent Garnier, Prins Thomas, Luciano e Marco Carola — muitos, pela primeira vez no país.

Hawtin se apresentou na Technova na noite de 07 de janeiro de 2005, dividindo lineup com Renato Cohen e Mau Mau. Foi naquela ocasião que conheceu Iwasa.

“O Richie já era um dos maiores nomes da música eletrônica na época, e era quase impossível booká-lo para um club tão pequeno. Foram anos de tentativa, até que em uma das suas vindas para Buenos Aires, ele fez uma parada em São Paulo por uma noite, e o convidei a conhecer a casa. Passaram-se algumas semanas, veio email do agente dele para viabilizarmos a data. Foram cinco horas de um set inesquecível, nessa fase que considero uma das suas melhores. Era realmente inspirador vê-lo tocar: a medida certa de energia, pressão, tecnologia, e experimentação”, complementa.

Renato Cohen, Eli Iwasa, Richie Hawtin e Misstress Barbara na sala VIP do Lov.e. Foto: Fabio Mergulhão/Divulgação.

Já como DJ e empresária de referência no cenário eletrônico underground brasileiro, Eli recebeu e dividiu cabine com Richie Hawtin pela primeira vez em 2009, no Kraft — clube de Campinas que havia sido reaberto por ela em 2006, quando se mudou para o interior paulista e ajudou a transformar a região em um novo hotspot da cena nacional.

O evento, que foi o primeiro do ícone do minimal techno no interior de São Paulo, rolou numa quinta-feira, 05 de novembro.

Imagem: Reprodução

Dez anos depois, os dois voltaram a dividir lines no Warung Beach Club e no DGTL São Paulo (ambos em 2019), e agora, se reencontram mais uma vez. Richie Hawtin assume o comando da chamada Tantša Mefutha a partir da meia-noite, deixando a pista para Eli Iwasa às 02h.

“Ele sempre foi uma das minhas referências, e me sinto a maior sortuda do mundo por vê-lo tocando de perto, ao longo de muitos anos. Até hoje, toco a ‘Spastik’ e a ‘Orange’, que seguem como clássicos absolutos e emocionantes”, encerrou Iwasa.

Contando ainda com Martinelli, RHR e Valentina Luz, a Tantša Mefutha será na Fábrica de Impressões, no bairro da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

Serviço

Tantša Mefutha

Local: Fábrica de Impressões – Rua Achilles Orlando Curtolo, 617 – Parque Industrial Tomas Edson, São Paulo – SP

Data: 21/09 (quinta-feira)

Horário: A partir das 20h

Atrações: Richie Hawtin, Eli Iwasa, Martinelli, RHR, Valentina Luz

Ingressos: 1º lote a partir de R$ 150,00 via Ingresse

Sobre Eli Iwasa

Quando se fala em música eletrônica nacional, Eli Iwasa é logo mencionada, seja por seu pioneirismo ou pelo feito de se manter ativa nesta cena há mais de 20 anos. Além de tocar nos maiores eventos do país, como Lollapalooza, Rock in Rio e Time Warp, é sócia dos clubes CAOS, Gate 22 e Club 88 — localizados em Campinas, e que ajudaram a moldar o cenário eletrônico do interior paulista —, da Galerìa 1212 e do Písta 2002.

Ao lado de lendas internacionais como Todd Terry, Dave Clarke e Joseph Capriati, foi a única jurada brasileira de um concurso de produtores musicais no Amsterdam Dance Event (maior conferência de música eletrônica do mundo, em Amsterdã), e tocou na festa da label Life and Death (uma das mais icônicas do Velho Continente). Em 2019, ganhou um episódio na série “Quando Elas Tocam”, do Canal BIS, e foi indicada por três anos consecutivos ao prêmio de melhor DJ pelo Women’s Music Event Awards (maior premiação feminina do país).

Além de tudo isso, roda o Brasil com o inovador projeto Closer, é vocalista no projeto paralelo Bleeping Sauce, ao lado do produtor Marco A.S., e modelo no casting da Ford Models.

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