Por Mia Lunis

Sonho: Seguir carreira na música expressando a individualidade e um lado interior rico de ideias e conexões almejadas pelo mercado fonográfico. Quantos artistas não tem isso em mente quando iniciam seu projeto? O ápice desse sonho acontece quando o artista está no palco, tocando sua seleção ou sua obra autoral para centenas ou milhares de ouvintes presentes e ansiosos com a vibe que cada artista vai criar na pista.

Eis que vivemos em um mundo cheio de possibilidades e às vezes as surpresas não corroboram para a realização da apresentação perfeita, e isso é mais normal do que o público pensa. Dadas as infinitas possibilidades, muitas vezes a arte do improviso ainda é muito digna de aplausos, porém subestimada por aqueles que o vêem como falta de profissionalismo.

Ignácio é um artista e uma das pérolas recentes da cena eletrônica paulistana, o produtor e instrumentista tem fortes referências do universo da Classic House, Disco, Electro e Techno, sem deixar de trazer um pouco de Jazz e música popular brasileira para suas composições. Falando sobre o seu live act e os “perrengues” como artista, Ignácio vem nos elucidar sobre os imprevistos que já passou.

Perrengues de perder as contas…

“Já passei por vários, viu? Dois que marcaram foi uma vez que meu computador congelou no meio do set. Continuou tocando, mas o mouse ficou só girando travado. Nesse dia eu tava, além do computador, com uma TR 8. Aí eu fiquei levando a música na parte percussiva só com ela esperando o note destravar. Por sorte rolou! Eu congelei, mas ele voltou e quase ninguém percebeu que estava rolando algo”, lembra. “Uma outra outra vez, aí sim o som chegou a parar, foi porque a mesa em que minha placa de aúdio estava apoiada estava vibrando um pouco. E aí no meio do set o cabo desencaixou e o som parou totalmente. Por sorte, na hora que aconteceu, eu já saí apertando os cabos e o som voltou rápido. Aí a gente só isolou a placa e tudo continuou”.O que levamos dessas situações corriqueiras é o que nos torna mais humanos e se é possível dizer, para os que mantêm a mente aberta, certas situações nos fazem evoluir também e isso é válido para todas as esferas da vida.

Sempre há o que aprender

“O que mais aprendi é que todo perrengue ensina. Hoje minha placa fica sempre em cima de uma espuminha e os cabos bem apertados. Uma outra coisa é que o público entende. Foi um susto, mas na hora que a música voltou todo mundo voltou junto. Foi bem legal! Além dessas coisas, eu ainda volto de toda gig e mudo ou ajusto alguma coisa na live. Seja porque deu algum perrengue ou porque ali na hora tocando eu percebi que é melhor que o botão “x” faça isso ao invés daquilo. Detalhes, mas que você vai aprendendo que vão ajudando”.

Mais do que aprender é necessário colocar a lição em prática, especialmente quando lidamos com máquinas imprevisíveis. No caso dele, é sobre um preparo técnico e alinhamento com a produção do evento, em ordem de manejar as situações da melhor forma para todos, evento, artista e público. Ignácio traz algumas dicas desse preparo, seguindo de algumas dicas para nossos queridos sonhadores se prepararem para a realização de seus sonhos.

Nunca deixe de treinar“Sabe aquela história de “x” horas praticando aquela atividade pra você ir melhorando? Comigo funciona um pouco por aí. Quanto mais horas eu pratico em casa, menos chance de “dar errado” na hora, e mesmo assim vai dar às vezes, só que você vai aprendendo e com isso cada vez dá menos e quando acontece algo você também sabe lidar diferente. Até certo ponto esses perrengues são algo até divertido de fazer live”, brinca.

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